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TRABALHO DE CORPO

Performances Derra_mar, Rito de Éthos e Território.

O Projeto Trabalho de Corpo, concebido pelo artista visual e performer Jean Smekatz e viabilizado pelo Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (Simdec) de Joinville, é uma iniciativa que busca transcender as fronteiras convencionais da arte, abrindo novos horizontes de experiência estética e cultural. Trabalho de Corpo é composto por seis performances meticulosamente planejadas. Apresentadas em locais emblemáticos de Joinville, promovendo uma imersão no universo de Smekatz. O projeto conta com curadoria da renomada atriz-dançarina, performer e professora de dança Marta Soares. Jean Smekatz, nos leva a uma jornada sensorial e poética por meio de seu projeto “Trabalho de Corpo”. Nessa exploração artística, Smekatz mergulha nas profundezas da expressão corporal, utilizando movimentos, gestos e ações que transcendem os limites convencionais da arte.

Agenda

16/12/2023 às 11h Performance Derra_mar no Museu de Arte de Joinville
30/03/2024 às 11h Performance Rito de Éthos no Museu Nacional de Imigração e Colonização 06/04/2024 às 17h Performance Território na Galeria 33
18/05/2024 às 19h Performance Rito de Éthos na Galeria 33
29/06/2024 às 11h Performance Território no Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville 20/07/2024 às 19h Performance Derra_mar na Galeria 33

TRABALHO DE CORPO

 

Na segunda metade do século XX, no contexto dos desenvolvimentos da arte pop, do minimalismo e da arte conceitual que tomaram a cena artística nas décadas de 1960 e 1970, colocando em xeque os enquadramentos sociais e artísticos do modernismo, surge um gênero artístico nos Estados Unidos denominado arte performática, que combina especificamente elementos de disciplinas variadas. Instalações, happenings - que envolvem a participação do público - e performances foram amplamente realizados, reorientando a arte ao direcionar a criação artística para as coisas do mundo, a natureza e a realidade urbana.

 

A partir de obras que articularam diferentes modalidades artísticas, como dança, música, pintura, teatro, escultura, literatura etc., desafiando as classificações habituais e questionando sua própria definição. O rompimento das barreiras entre arte e não-arte, assim como as relações entre arte e vida cotidiana, constituíram-se como preocupações centrais para a arte performática (como também para outras vertentes da arte contemporânea, como, por exemplo, arte ambiente, arte pública, arte processual, arte conceitual, land art, etc.), o que permite flagrar sua filiação às experiências realizadas pelos surrealistas e, sobretudo, pelos dadaístas.

É nessa linhagem que se localizam as performances realizadas por Jean Smekatz, artista visual e performer com experiências nas áreas da dança e teatro. O qual devido a um machucado no joelho, foi forçado a abandonar a carreira de dançarino e, como consequência, enveredou-se pela moda, formando-se bacharel em Design. Durante a formação em moda, também cursou disciplinas e cursos livres de artes visuais, durante os quais sentiu-se especialmente atraído pela arte minimalista e pela arte performática.A partir dessas experiências Smekatz passa a desenvolver performances multidisciplinares compostas por elementos de dança, artes visuais e moda, com atenção especial aos figurinos e à utilização de tecidos tingidos ou manchados com pigmentos como objetos cênicos, os quais sintetizam de forma coerente suas trajetórias de vida e artística.

 

No projeto Trabalho de Corpo em questão, o artista propõe uma imersão em sua obra através da apresentação de seis performances realizadas em locais emblemáticos da cidade de Joinville.A performance Derra_mar, apresentada no Museu de Arte de Joinville, aborda a transformação da matéria líquida em três atos. No primeiro ato, encontram-se alinhados no chão do espaço expositivo objetos vítreos de dimensões variadas preenchidos por líquido incolor. Em um segundo momento, o performer despeja pigmento azul em dinâmicas temporais variadas, criando uma sinfonia visual de tonalidades diversas. A ação resulta em uma instalação.

A performance Rito de Éthos – Para o Armário Jamais Voltaremos, apresentada no Museu Nacional de Imigração e Colonização, como sugere o título, aborda sutilmente questões de gênero e material biográfico do seu criador. Primeira- mente, o performer movimenta-se explorando a relação entre o seu corpo e as partes internas e externas de um armário. Em um segundo momento, retira deste tiras de tecido branco que tinge com líquidos nas cores vibrantes vermelha, laranja, amarelo, verde, azul e violeta, que encontram-se em bacias à sua frente.Em seguida, as estende de volta em direção ao armário, pendurando-as na parte interna do mesmo. Gerando, ao término, uma pintura expandida com as cores da diversidade.A terceira performance,

Território; apresentada no Museu Arqueológico de Sambaqui de Joinville, também possui três fases. A primeira é constituída por cinco bacias com terra e um varal com roupas. Na segunda fase, as bacias são sucessivamente visitadas pelo performer que, a partir do contato do seu corpo, esculpe a terra nelas contida. A ação também é realizada nas vestes penduradas, que significam para o artista eventos de vida em suspensão, mesmo quando conectados pelo varal, que simboliza uma linha temporal. As três performances serão reapresentadas também na Galeria 33.

 

O projeto Trabalho de Corpo constitui-se não apenas como uma retrospectiva da obra performática de Jean Smekatz, mas também como experiências poéticas, sensíveis e políticas tão necessárias ao momento atual. Ou seja, como uma oportunidade única para, juntos ao artista, criarmos sentidos as suas e, consequentemente, as nossas experiências de vida.

Marta Soares Curadora

Território

Território

Performance/ Instalação

A performance possui três fases: a anterior do artista adentrar o espaço tempo da performance em tons de branco, terracota e bege compõem a primeira fase.

A segunda se dá quando a instauração do artista no campo da performance se desenvolve.

Finalizando, na terceira fase, após a ação do ato performático e seus vestígios.

 

O artista, cinco bacias, lama por toda parte, um varal cheio de roupas e uma luz vermelha que invade todo o espaço, conferindo a este, uma cor avermelhada. Tais bacias são visitadas por cinco corpos metafísicos ou sucessivamente pelo mesmo corpo material. A massa de terra é esculpida pelo primeiro contato com o corpo e as vestes. Os eventos da vida, trazidos para dentro da performance estão representados pelas vestes e as intervenções feitas pela lama nestas, são atemporais mesmo estando ligados por uma linha, representada pelo varal. Ou seja, a linha será temporal mesmo podendo ser interrompida por eventos tidos como atemporais.

Derra_mar

Derra_mar

Derra-mar foi elaborada em três partes: a instalação antes da performance, a ação da performance, e a instalação resultante da performance.

Na instalação inicial, estão presentes todos os elementos do trabalho.

Objetos vítreos cheios de um líquido transparente em uma cromacia visual que se espalham pelo chão. A performance tem início quando o artista adentra o campo-espaço da performance com vestes brancas e chinelo branco ao centro um jarro cheio contendo um líquido azul.

 

Então Smekatz segura o jarro e começa a derramar sobre os recipientes em dinâmicas variadas ora rápidas e curtas, ora sutis, prolongadas ou cirúrgicas em uma orquestração da sinfonia das tonalidades que se apresentam na fatura pictórica. A tinta escorre pelo chão em contato com os recipientes co as vestes ou com a parede. As ações e os movimentos se repetem e se alternam.

 

O público acompanha os atos e fruem as imagens do processo que surgem em sua frente. Ao final os recipientes formam uma composição cromática variada no tom azulado, esmaecidas ou fortemente puros e visíveis. A instalação resultante da performance permanece em instalação até ao final da exposição, modificando-se sutilmente com o decorrer dos dias em processo de secagem da tinta ou evaporação do líquido.

Rito de Éthos

Rito de Ethos

A performance tem início quando o artista adentra o campo da performance ao som de Thaykovis. No ambiente estão contidas os elementos da instauração: 6 bacias contendo líquidos, nas cores: vermelha, laranja, amarelo, verde, azul e violeta.

Ao fundo um armário de roupas. O artista retira suas vestes, Então, abre a porta central do armário e retira uma parte do tecido dobrado que se encontra dentro do mesmo.

Se direciona para frente da primeira bacia, que contém o líquido na coloração vermelha e mergulhar o tecido dentro da bacia. A ação se repete nas demais cores. 

Ao retirar das bacias, o artista começa a estender o tecido um a um, esticando para dentro do armário e prendendo na parte interna do móvel. 

Ao final a instauração deixa no espaço-tempo vestígios da performance que permanece em exposição.

Design sem nome-4.png
Campo, corpo, linha e mancha